Sem vitória por ippon: Galípolo vê desafio gradual para reduzir juros e inflação

  • 09/07/2025
(Foto: Reprodução)
Presidente do Banco Central afirmou que não vai haver 'bala de prata' para conciliar cenários de quedas. Galípolo ainda citou o Plano Real para dizer que solução não será imediata e passará por uma série de medidas. O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (9) que serão necessárias uma série de medidas para conciliar queda de juros e da inflação. Segundo ele, não haverá "uma vitória por ippon" ou "bala de prata para resolver a situação. Ao iniciar a sua fala em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Galípolo fez um questionamento: "Como é que a gente pode conviver com taxas de juros em patamares que são mais próximos aos nossos pares (países emergentes) e com essas taxas de juros conseguir conviver simultaneamente com uma inflação que esteja dentro da meta e mais baixa?" IPCA-15: Prévia da inflação fica em 0,26% em junho Para explicar o caminho até a solução, Galípolo fez uma comparação com o Plano Real. Segundo ele, diferentemente da época do Plano em que os efeitos foram sentidos em seis meses, agora a resolução dependerá de medidas progressivas. “Ninguém quer baixar os juros e ter uma inflação lá em cima. Você quer conviver com uma taxa de juros que possa produzir o mesmo efeito, do ponto de vista de conter a inflação, porém num patamar que possa ser mais próximo dos nossos pares”, argumentou. “Para a gente conseguir isso, diferente do caso do Plano Real — que foi possível com uma medida que foi a moeda indexada — nesse caso me parece que a gente vai precisar de uma série de medidas. Não vai ter bala de prata, não vai ter uma vitória por ippon”, justificou. Na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada no dia 18 de junho, o BC decidiu manter o ciclo de alta da taxa básica de juros e elevou a Selic para 15% ao ano. A decisão foi unanimidade, ou seja, todos os diretores do Copom e o presidente Gabriel Galípolo votaram no mesmo sentido. O Copom justificou que as incertezas na economia dos Estados Unidos exige cautela nos países emergentes, como o Brasil. Foto, Gabriel Galipolo. Nesta terça (9) o Secretário Gabriel Galípolo indicado Diretor Bacen, fala com a imprensa sobre a indicação para diretoria de política monetária do Banco Central TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Ciclo de altas Após a alta, na ata do Copom sobre a reunião, o Banco Central informou que deverá interromper o ciclo de alta de juros implementado nos últimos meses para conter as pressões inflacionárias. Além disso, o comunicado acrescentou que ainda é cedo para vislumbrar qual o impacto do conflito no Oriente Médio sobre o preço do petróleo e, consequentemente, sobre a economia brasileira. "O Comitê avalia que, após um ciclo rápido e firme de elevação de juros, antecipa-se, como estratégia de condução de política monetária, interromper o ciclo de alta e observar os efeitos do ciclo empreendido para, então, avaliar se a taxa de juros corrente é apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta", informou o BC, na ata do Copom. As próximas reuniões do Conselho estão previstas para 29 e 30 de julho. Nesta terça, o presidente do BC também informou que deve escrever uma nova carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando sobre o descumprimento da meta de inflação para junho. Com a nova carta, esta será a segunda vez que ele alertará sobre o descumprimento da meta. Fixada em 3%, ela possui uma faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual – ou seja, a meta será considerada cumprida se a inflação variar entre 1,5% e 4,5%. Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 5,32%, bem acima do teto do sistema de metas. Para junho, a projeção do mercado é de que o IPCA some 0,27%, o que manterá a inflação cheia acima do patamar de 5% em doze meses até junho. De acordo o Banco Central, o IPCA deverá retornar ao intervalo das metas (entre 1,5% e 4,5%) somente no primeiro trimestre de 2026. A projeção consta no relatório de política monetária, divulgado na semana passada.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/07/09/sem-vitoria-por-ippon-galipolo-ve-desafio-gradual-para-reduzir-juros-e-inflacao.ghtml


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