Presos transformam madeira ilegal em móveis para serem doados a entidades no interior de SP
03/09/2025
(Foto: Reprodução) Presos transformam madeira ilegal em móveis doados a entidades no interior de SP
Um projeto social já deu um novo destino para mais de 200 m³ de madeiras ilegais apreendidas em rodovias da região de Presidente Prudente (SP) nos últimos dois anos por meio da criação de móveis feita por presidiários.
Chamado de Fábrica da Esperança, o projeto foi criado pela Polícia Militar Ambiental da região. Segundo o capitão Julio Cesar Cacciari de Moura, atualmente, os presidiários da Penitenciária "Zwinglio Ferreira", de Presidente Venceslau (SP), são os artesãos e marceneiros que transformam o material apreendido em móveis para doações.
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Conforme Cacciari, com o projeto, mais de cinco carretas de madeira apreendidas foram doadas para mais de 40 entidades filantrópicas da região nos últimos dois anos.
Essas peças são produzidas por aproximadamente 30 presidiários. Os objetos criados vão de casinhas para animais de ONGs e casinhas para crianças brincarem a mesas, cadeiras e bancos. Veja mais imagens no fim da reportagem.
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Melhorias para a cidade
A Prefeitura de Presidente Prudente é parceira no projeto desde o início deste ano. Isto significa que, agora, o material também é destinado para revitalização e melhorias necessárias para a cidade.
Conforme o município, além da construção de pontes, foram solicitadas casinhas para cães que estão no Abrigo de Animais, que hoje abriga 64 cães, e para a Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ).
"Não há uma quantidade definida, pois todo o material recebido representa um apoio importante para atender a comunidade. Essa parceria acelera soluções práticas, devolvendo qualidade de vida e dignidade à população", destacou a prefeitura.
O capitão da PM Ambiental compartilhou outro exemplo de produto acabado que beneficiou a população: uma mesa doada para o Hospital de Esperança e leiloada por R$ 15 mil. Outra mesa também foi doada para o Hospital de Amor, em Barretos (SP), que gerou arrecadação de R$ 30 mil em prol do espaço.
"Essa madeira é destinada para a unidade prisional, onde qualifica a mão de obra de presos e gera trabalho, retornando para a sociedade como prestação de serviço, mas, além disso, essa madeira também vai para as cidades para utilizar em reformas de pontes, melhorias de estradas rurais, auxiliando também o homem do campo e o produtor rural", afirmou o capitão.
De onde vêm as madeiras apreendidas?
As madeiras apreendidas são provenientes de ação criminosa no desmatamento ilegal no Brasil, conforme explica o capitão Cacciari.
"As madeiras normalmente vêm da região norte do Brasil, da região amazônica. E elas entram aqui no estado de São Paulo, que é uma fonte consumidora gigantesca, seja para construção civil ou indústrias de móveis."
"A Polícia Ambiental identifica essas madeiras ilegais e realiza apreensão, seja no transporte, no armazenamento, no comércio ilegal. São madeiras já serradas, que é o caibro, a viga, a vigota, a tábua, a prancha, são esses cortes", continuou.
Veja mais fotos das construções feitas pelos presos:
Casinha para crianças brincarem feitas a partir de madeiras apreendidas
Reprodução/Polícia Militar Ambiental
Pontes na zona rural feitas com madeiras apreendidas pela Polícia Ambiental da região de Presidente Prudente
Reprodução/Polícia Militar Ambiental
Mesas e cadeiras criadas no projeto. Na imagem à direita, a mesa doada para o hospital da região
Reprodução/Polícia Militar Ambiental
Presidiário criam móveis a partir de madeiras apreendidas no oeste paulista
Reprodução/Polícia Militar Ambiental
Presidiário criam móveis a partir de madeiras apreendidas no oeste paulista
Reprodução/Polícia Militar Ambiental
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